O mercado Ver-o-Peso de Belém
porta de entrada para a Amazônia
onde a vida nunca pára
O mercado Ver-o-Peso é o marco da cidade, operando 24 horas por dia, de segunda a domingo. À noite, os atacadistas descarregam seus barcos e vendem suas mercadorias no cais lotado do Mercado de Ferro. Às 5 da manhã, Belém acorda, mas já é hora do rush no mercado de ferro, onde a atividade está em pleno andamento.
O mercado Ver-o-Peso é a força vital da cidade de Belém (Norte do Brasil), abastecendo a capital do estado do Pará (2,5 vezes o tamanho da França) com todos os tipos de alimentos, principalmente da Amazônia e ilhas vizinhas. Inaugurado em 1627, é um dos mercados públicos mais antigos do país.
O complexo, cujos quatro elementos são classificados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), opera 24 horas por dia, sete dias por semana. Considerado o maior mercado ao ar livre da América Latina, em dias normais hospeda cerca de 20.000 pessoas.
« Seu objetivo era ser uma casa Haver-o-Peso para controlar o que entrava e saía da região », explica Goretti Tavares, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA). « Desenvolveu-se no início do século XIX, com os dois mercados que conhecemos hoje, o mercado de carne (Mercado de Carnes Francisco Bolonha) e o mercado de peixe », o icônico Mercado de Ferro com suas quatro torres, inaugurado em 1º de dezembro de 1901.
5.12 da manhã é hora do rush na plataforma em frente ao mercado
De segunda a domingo, os atacadistas vêm ao cais adjacente para vender suas capturas durante toda a noite. Uma primeira equipe das 22h às 2h, depois outra assume o comando até a abertura do mercado às 6h da manhã. Frutos do mar e peixes são vendidos por peso e pesados no local. Todos podem comprar no mercado, desde os varejistas do Mercado até os locais.
Quarta-feira, 6 de julho, às 5h12, é hora do rush em frente ao mercado, que ainda não abriu. Vestidos com calções e uma simples camiseta, os homens de chinelos ou botas brancas estão ocupados, se cumprimentando e chamando as corujas da noite ou os madrugadores que adoram peixe, que estão abrindo caminho através das caixas e escamas colocadas no calçamento do cais lotado. Dois ônibus passam com dificuldade e muito cuidado.
A atividade frenética é pontuada pela expressão « Cuidad, cuidad! » de homens apressados e pelo contínuo arranhão de caixotes vazios sendo puxados pelo chão, pontuados por um concerto de nomes de peixes sendo atirados ao chão. Esta agitação de vida concentrada nos cais da Av. Portugual e R. 15 de Novembro contrasta fortemente com o silêncio das outras ruas desertas da cidade, como se envolvido no calor úmido típico da região que se sente a partir das 4h30 da manhã.
"Só tem filé ai"
« Só tem filé ai », dizem Ivanildo e Loló, dois trabalhadores da Ver-o-Peso, que estão auxiliando Josiel (esquerda). O pescador, que acaba de voltar da ilha do rio Mosqueiro, na costa leste do rio Pará, no braço sul do Amazonas, dá uma última olhada em suas douradas.
Com o boné na cabeça, Miguel está sentado próximo a eles atrás de uma pequena balança azul. O pescador de 52 anos é o único vendedor de seu aracus (Piau-Três-Pintas), um peixe de água doce da Amazônia pescado de janeiro a junho.
6.03 da manhã, o dia amanheceu. Alguns dos barcos, que venderam suas mercadorias, estão se preparando para partir novamente. Antes de sua próxima viagem, estes navios carregam sacos de gelo em um dos barcos por um homem de cabelos de cinqüenta anos. Um novo ciclo pode começar.
Catedral deserta
Por volta das 6 horas da manhã, as portas do Mercado de Ferro se abrem, enquanto no cais, os homens estão reembalando, limpando à jatos de mangueira suas caixas vazias e jogando os restos para dentro das lixeiras. Os cheiros azedos atraem os abutres negros, que se estabeleceram em torno do mercado.
Sem seus clientes, o local assume uma atmosfera de uma catedral deserta que o turista ou o marinheiro que volta do mar aberto descobre sozinho de madrugada, com solenidade. A estátua de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira da cidade, está no meio da estrutura de ferro importado e não parece ser perturbada pelas risadas, pelas discussões dos revendedores e pelo estalar de suas facas ágeis que se amontoam sobre as tábuas de madeira. Toda florida de oferendas, nossa Senhora parece cuidar de cada um deles, a maioria deles proprietários de suas bancas.
Desconhecidos em nossas latitudes, peixes inteiros esperando para serem preparados assumem a aparência de monstros quiméricos, como este filhote da Amazônia capturados no mar de água doce. Com tanto para oferecer, os primeiros clientes sem dúvida encontrarão algo para alimentar suas famílias e suas imaginações.
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Portfolio -> Mercado Ver-O-Peso, Belém
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Une réponse
O Brasil de um ângulo justo e humanista.
Obrigada Laurent pela tua perspectiva.