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Arraial do Pavulagem de Belém: uma celebração da vida

14/07/2022
Laurent Lefèvre

Dançarinos, músicos, titãs em palafitas e efígies de animais fantásticos estão de volta às ruas de Belém (capital do estado do Pará, Norte do Brasil) para celebrar as tradições e culturas do Pará e da Amazônia com o som do carimbo.

Milhares de dançarinos, músicos e participantes foram às ruas de Belém (capital do estado do Pará, Norte do Brasil) no domingo 3 de julho para o 4° e último Arrastão do Arraial do Pavulagem, que há 37 anos celebra as culturas e tradições do Pará e da Amazônia.

Uma cidade em festa

A multidão amassada nas calçadas da Avenida Presidente Vargas ou nas varandas com vista para esta grande via fechada aos pedestres para a ocasião, toda a cidade parece ter se reunido para assistir ou participar deste desfile final, que acontece no coração da parte histórica de Belém – 20.000 pessoas, incluindo espectadores, são esperadas no domingo.

Os festivaleiros, que se reuniram às 8h em frente ao Teatro da Paz, partiram às 10h45 da Praça da República para a Praça dos Estivadores.

La joie et la fierté se lisent sur les visages des participants du quatrième et dernier Arrastão de l’Arraial do Pavulagem qui ont défilé dimanche 4 juillet dans les rues de Belém, capitale de l'État du Pará (nord du Brésil).
Alegria e orgulho podem ser vistos nos rostos dos participantes do quarto e último Arraial do Pavulagem,
que marcharam pelas ruas de Belém (capital do estado do Pará, Brasil),
no domingo 4 de julho.

Orgulho restaurado

Este desfile colorido e festivo retoma vida depois do hiato de dois anos devido à pandemia. Alegria e orgulho podem ser vistos nos rostos dos participantes de todas as idades e origens vestindo camisetas azuis com o logo Arrastão do Pavulagem.

Para mim e minha família, o Pavulagem representa a unidade, a camaradagem e as amizades que criamos aqui e que levaremos conosco para toda a vida, diz Ligia, uma participante grávida. É algo tão inexplicável: agradeço a todos aqueles que o criaram e fazem viver nossa cultura.

Em palafitas, dançando, em grupos de músicos, em arrastão ou disfarçados de cavalo ou boi, os festivaleiros passeiam ao som do carimbó, uma música e dança local com influências mistas amazônicas, africanas e europeias ao ritmo do tambor do carimbó. Chapéus de palha na cabeça, eles exibem orgulhosamente fitas vermelhas, amarelas e verdes e bandeiras em homenagem aos santos juninos. “Pavulagem é uma união, explica Aija, um músico. Ele celebra a vida e também a família.”


Reunidos nas calçadas atrás do cordão dentro do qual cada grupo de participantes avança em desfile, os espectadores, a maioria dos quais veio com suas famílias ou amigos, os encorajam, sorriem para eles e chegam o mais perto possível para imortalizar o momento em uma comunhão de corações e corpos.

Y’a de la joie (quatrième et dernier Arrastão de l’Arraial do Pavulagem, Belém, capitale de l'État du Pará, Brésil).
Há alegria (último Arrastão do Arraial do Pavulagem, Belém, capital do estado do Pará, Brasil).

“Celebrar a vida”

“A festividade é uma revelação de nossas semelhanças: é uma necessidade tipicamente humana, manifestada especialmente na necessidade de celebrar a vida”, explica Edgar Chagas. Para este pesquisador da cultura do Pará:

O período da pandemia permitiu repensar os valores da própria vida. De certa forma, Pavulagem favorece a continuação desta relevância e continuidade de vida: há festa, celebração, dança e canto no centro histórico da cidade.

Depois de uma tragédia pessoal, como a perda de uma criança, participar do Arrastão do Pavulagem pode servir como uma solução saudável.


“Com música e dança, Pavulagem ajuda você a renascer: em minha vida, é uma terapia muito importante”, diz Maria Olivera, que participa de um grupo de músicos – ela toca o reco-reco.

Au rythme du tambour carimbó, qui a donné son nom à la musique locale (o carimbó), fournissant la bande-son du Pavulagem (quatrième Arrastão de l’Arraial do Pavulagem, Belém, capitale de l'État du Pará, Brésil).
Ao ritmo do tambor do carimbó (último Arrastão do Arraial do Pavulagem, Belém, capital do estado do Pará, Brasil).

Levado pela multidão

Como nos desfiles anteriores que aconteceram durante os três primeiros domingos de junho, os músicos marcam o ritmo da marcha. Por volta das 11h15, a rua e as calçadas da Avenida Presidente Vargas se enchem até estourar. Às 11h24 da manhã, a música pára e os tambores recomeçam a tocar e aumentam em intensidade.

Cercado pelo cordão, cada grupo de participantes acelera seu ritmo: dançarinos, festeiros (incluindo neste vídeo, cadeirantes que participam o primeiro desfile de 12 de junho), titãs em palafitas, músicos acompanham o ritmo. 

Acrescenta-se ao desfile, espectadores aglomerados nas calçadas que se deixam sugar, como se fossem agarrados por uma onda gigantesca de alegria que os levaria e os depositaria, delicadamente, na praia, a poucos metros de onde estavam nadando.

Como nos desfiles anteriores que aconteceram durante os três primeiros domingos de junho, os músicos marcam o ritmo da marcha. Por volta das 11h15, a rua e as calçadas da Avenida Presidente Vargas se enchem até estourar. Às 11h24 da manhã, a música pára e os tambores recomeçam a tocar e aumentam em intensidade.

Cercado pelo cordão, cada grupo de participantes acelera seu ritmo: dançarinos, festeiros (incluindo neste vídeo, cadeirantes que participam o primeiro desfile de 12 de junho), titãs em palafitas, músicos acompanham o ritmo. Acrescenta-se ao desfile, espectadores aglomerados nas calçadas que se deixam sugar, como se fossem agarrados por uma onda gigantesca de alegria que os levaria e os depositaria, delicadamente, na praia, a poucos metros de onde estavam nadando.

Aqui, as almas se encontram. Conseguimos nos encontrar, nos ajudar uns aos outros: cooperamos sem mesmo saber, explica Uyara, que, após superar um luto perinatal, acaba de dar luz à um menino.

Uyara se encanta em participar do Pavulagem, um símbolo de uma nova vida e de sua continuidade. Seu bebê, que tem apenas alguns meses, confia Uyara entre lágrimas e esperança, vai ser “um pavoleirozinho”: a sucessão está assegurada!

Danseurs, musiciens, titans sur échasses et effigies d’animaux fantastiques sont de retour dans les rues de Belém (capitale de l’État du Pará, nord du Brésil) pour célébrer au son du carimbó les traditions et les cultures du Pará et de l’Amazonie.

Obrigado para a Sabrina Ellen Da Silva, por sua ajuda na tradução e na transcrição dos testemunhos dos participantes do Pavulagem, que podem ser consultados em sua totalidade no globo.com.

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