Arraial do Pavulagem de Belém: uma celebração da vida
Dançarinos, músicos, titãs em palafitas e efígies de animais fantásticos estão de volta às ruas de Belém (capital do estado do Pará, Norte do Brasil) para celebrar as tradições e culturas do Pará e da Amazônia com o som do carimbo.
Milhares de dançarinos, músicos e participantes foram às ruas de Belém (capital do estado do Pará, Norte do Brasil) no domingo 3 de julho para o 4° e último Arrastão do Arraial do Pavulagem, que há 37 anos celebra as culturas e tradições do Pará e da Amazônia.
Uma cidade em festa
A multidão amassada nas calçadas da Avenida Presidente Vargas ou nas varandas com vista para esta grande via fechada aos pedestres para a ocasião, toda a cidade parece ter se reunido para assistir ou participar deste desfile final, que acontece no coração da parte histórica de Belém – 20.000 pessoas, incluindo espectadores, são esperadas no domingo.
Os festivaleiros, que se reuniram às 8h em frente ao Teatro da Paz, partiram às 10h45 da Praça da República para a Praça dos Estivadores.
Orgulho restaurado
Este desfile colorido e festivo retoma vida depois do hiato de dois anos devido à pandemia. Alegria e orgulho podem ser vistos nos rostos dos participantes de todas as idades e origens vestindo camisetas azuis com o logo Arrastão do Pavulagem.
Para mim e minha família, o Pavulagem representa a unidade, a camaradagem e as amizades que criamos aqui e que levaremos conosco para toda a vida, diz Ligia, uma participante grávida. É algo tão inexplicável: agradeço a todos aqueles que o criaram e fazem viver nossa cultura.
Em palafitas, dançando, em grupos de músicos, em arrastão ou disfarçados de cavalo ou boi, os festivaleiros passeiam ao som do carimbó, uma música e dança local com influências mistas amazônicas, africanas e europeias ao ritmo do tambor do carimbó. Chapéus de palha na cabeça, eles exibem orgulhosamente fitas vermelhas, amarelas e verdes e bandeiras em homenagem aos santos juninos. “Pavulagem é uma união, explica Aija, um músico. Ele celebra a vida e também a família.”
Reunidos nas calçadas atrás do cordão dentro do qual cada grupo de participantes avança em desfile, os espectadores, a maioria dos quais veio com suas famílias ou amigos, os encorajam, sorriem para eles e chegam o mais perto possível para imortalizar o momento em uma comunhão de corações e corpos.
“Celebrar a vida”
O período da pandemia permitiu repensar os valores da própria vida. De certa forma, Pavulagem favorece a continuação desta relevância e continuidade de vida: há festa, celebração, dança e canto no centro histórico da cidade.
Depois de uma tragédia pessoal, como a perda de uma criança, participar do Arrastão do Pavulagem pode servir como uma solução saudável.
“Com música e dança, Pavulagem ajuda você a renascer: em minha vida, é uma terapia muito importante”, diz Maria Olivera, que participa de um grupo de músicos – ela toca o reco-reco.
Levado pela multidão
Como nos desfiles anteriores que aconteceram durante os três primeiros domingos de junho, os músicos marcam o ritmo da marcha. Por volta das 11h15, a rua e as calçadas da Avenida Presidente Vargas se enchem até estourar. Às 11h24 da manhã, a música pára e os tambores recomeçam a tocar e aumentam em intensidade.
Cercado pelo cordão, cada grupo de participantes acelera seu ritmo: dançarinos, festeiros (incluindo neste vídeo, cadeirantes que participam o primeiro desfile de 12 de junho), titãs em palafitas, músicos acompanham o ritmo.
Acrescenta-se ao desfile, espectadores aglomerados nas calçadas que se deixam sugar, como se fossem agarrados por uma onda gigantesca de alegria que os levaria e os depositaria, delicadamente, na praia, a poucos metros de onde estavam nadando.
Como nos desfiles anteriores que aconteceram durante os três primeiros domingos de junho, os músicos marcam o ritmo da marcha. Por volta das 11h15, a rua e as calçadas da Avenida Presidente Vargas se enchem até estourar. Às 11h24 da manhã, a música pára e os tambores recomeçam a tocar e aumentam em intensidade.
Cercado pelo cordão, cada grupo de participantes acelera seu ritmo: dançarinos, festeiros (incluindo neste vídeo, cadeirantes que participam o primeiro desfile de 12 de junho), titãs em palafitas, músicos acompanham o ritmo. Acrescenta-se ao desfile, espectadores aglomerados nas calçadas que se deixam sugar, como se fossem agarrados por uma onda gigantesca de alegria que os levaria e os depositaria, delicadamente, na praia, a poucos metros de onde estavam nadando.
Aqui, as almas se encontram. Conseguimos nos encontrar, nos ajudar uns aos outros: cooperamos sem mesmo saber, explica Uyara, que, após superar um luto perinatal, acaba de dar luz à um menino.
Uyara se encanta em participar do Pavulagem, um símbolo de uma nova vida e de sua continuidade. Seu bebê, que tem apenas alguns meses, confia Uyara entre lágrimas e esperança, vai ser “um pavoleirozinho”: a sucessão está assegurada!
Obrigado para a Sabrina Ellen Da Silva, por sua ajuda na tradução e na transcrição dos testemunhos dos participantes do Pavulagem, que podem ser consultados em sua totalidade no globo.com.
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